Qual é o preço a se pagar por uma amizade? O que é amizade para você? Para mim, é uma via de mão dupla, como em toda relação. Se as duas partes não investem e não procuram manter o vínculo, não há o que ser construído. Cai fora ou morre na praia! Nadar sozinho sem nem um salva-vidas alto e belo por perto, um coletezinho ou uma bóia para contar a história pode causar frustração. Mas e quando a sua visão de amizade é uma e a do outro é completamente diferente ou contrária? E quando a outra pessoa investe toda a energia somente em você (sorry) e deposita altas expectativas em você? Eis que surge o problema.
Desde quando amizade se cobra? Desde quando é obrigação do outro suprir as necessidades alheias? Desde quando o outro é vidente para adivinhar as expectativas do (da) amigo (a) em cima dele? Desde quando ser amigo de alguém implica em permanecer ao lado dele o tempo todo, devotadamente? Desde quando um amigo verdadeiro é aquele que concorda com tudo e não alerta o outro para as cagadas que ele faz? DESDE QUANDO A NEUROSE EXISTE! (Uii Freud ficou em êxtase agora, se revirou).
Lealdade, amor, cuidado, preocupação e consideração pelo amigo é uma coisa. É algo bonito de se ver. Sufocamento e cobrança...outra história. Amizade egoísta sem um pouco de altruísmo e alteridade é um horror. Assim como, amizade baseada em carência afetiva é vampira! Suga toda a energia! Cansa. O “sugado” em questão sente cansaço, se sente mega pressionado, vontade de sair correndo na direção da placa que diz: Rua Liberdade.
O pegajoso invade a privacidade do “sufocado” (a palavra dá nervoso não dá?) não percebe que isso incomoda, pois entra em uma confluência (como dizemos na Gestalt-Terapia) que não é sadia, ou seja, a pessoa tem dificuldades (não tem consciência) para identificar onde começa e onde termina a sua fronteira e a do outro. E conflui e não vê que tenta se misturar com o outro. Ele prejudica os relacionamentos do "sufocado" com outras pessoas, a partir do momento em que faz de tudo para minar as relações do mesmo. Quando o "asfixiado" parte para os outros convívios sociais que possui (quebra de contrato), o amigo ciumento se sente traído, sofre, acha que pode perder aquela amizade e em seguida faz as cobranças das tais expectativas que não foram atendidas.
O “sufocado” não dá conta de tanto peso em suas costas e tende a se afastar a fim de evitar novos possíveis conflitos estressantes. Dependendo do grau patológico do amigo possessivo, ele pode sentir raiva pelo fato do outro não ter aceitado satisfazer suas necessidades, mas esquecer o “desafeto”. Como? Procurando outra amizade para substituir o vazio e a sensação de abandono sentida na anterior OU pode infernizar a vida do ex-amigo (arquiinimigo agora) se vingando, arquitetando formas de prejudicá-lo em várias áreas da vida dele, tornando-se um glenclosista de carteirinha (lembre-se do texto sobre o Glenclosismo. Glenn Close em “Atração Fatal”).
Saudável não?! Um indivíduo assim precisa de ajuda profissional. No mundo atual precisamos tomar muito cuidado com quem nos relacionamos. Não se trata de viver a vida desconfiado do mundo inteiro, mas de usar a intuição (basta exercitá-la mais), o feeling, e as vivências de relações anteriores, que funcionam como suportes para nos orientar e dar dicas de onde estamos nos metendo. Se você inicialmente tenta ajudar, dá apoio incentivando a pessoa a procurar ajuda e a se cuidar, faz o que está ao seu alcance para que ela tome consciência do problema e mesmo assim, ela não enxerga que precisa de help, não há milagre divino que dê jeito, pois o primeiro passo para a mudança é a conscientização (do problema), o segundo é a insatisfação (se sentir incomodado com o problema ou algo em si mesmo). Talvez ela precise bater na mesma tecla e nas mesmas situações mais algumas vezes para que o insight de que algo precisa ser mudado e transformado surja.
A maioria das pessoas preocupa-se mais com a saúde física e esquece do psíquico, do mental. O que seria do físico sem o mental saudável e vice-versa? Entre eles não existe fusão, estão interligados e precisam estar de acordo, trabalhando em conjunto, equilibradamente, para que o indivíduo permaneça auto-regulado e são.
A maioria das pessoas preocupa-se mais com a saúde física e esquece do psíquico, do mental. O que seria do físico sem o mental saudável e vice-versa? Entre eles não existe fusão, estão interligados e precisam estar de acordo, trabalhando em conjunto, equilibradamente, para que o indivíduo permaneça auto-regulado e são.
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